segunda-feira, 27 de outubro de 2008

CINCO DIAS DE ESPETÁCULOS NA CIDADE CULTURA

Mesmo com as dificuldades, o VII Festival Santa Cena foi realizado.
Na 7ª edição, o Santa Cena teve cinco dias ao invés dos tradicionais dez das outras edições. Devido a problemas com a captação de recursos da Lei de Incentivo a Cultura (LIC), a verba diminuiu. O evento não contou também com as palestras, oficinas e exposições com a temática do festival.

Contudo, o Santa Cena não deixou de ser realizado devido ao empenho dos grupos e companhias locais. Mesmo sem cachê, o público lotou o Theatro Treze de Maio. Os doze grupos teatrais emocionaram o público. A única exceção foi o espetáculo "Volta - Revolta", do grupo Saca-Rolhas Teatro e Cia. que foi encenado no Largo da Biblioteca Municipal Henrique Bastide.

O Santa Cena foi idealizado pela Associação dos Profissionais de Artes Cênicas (Aspac) e sua primeira edição foi em 2002. Um festival criado com o intuito de incentivar a produção teatral, revelar talentos e formar platéias para a arte.
No encerramento do festival, na última quarta-feira, o Secretário de Município da Cultura, José Zanela, falou sobre os problemas e garantiu a continuação do festival. “Quero lembrar o que eu disse na abertura do Festival, e que é uma das prioridades enquanto estivermos na secretaria. Nós temos agora a apresentação dos projetos da Lei de Incentivo a Cultura, e para este ano foi aprovado um valor e não foi possível a sua captação. Quero pedir aqui que para o próximo ano apresentem o projeto para o Festival Santa Cena que a captação de recursos será garantida", disse Zanela.
Por Leandro Passos Rodrigues

Por: Leandro Passos Rodrigues

ESPECIAL SANTA CENA 2008

*Foto de divulgação do espetáculo "Os Saltimbancos", Douglas é o de Azul.


Em entrevista exclusiva para o Pauta na Unifra, o ator Douglas Alex Winkelmann conta um pouco sobre sua profissão e participação no Festiva Santa Cena 2008. Formado em artes cênicas na Universidade Federal de Santa Maria no ano de 2006, ele já perdeu as contas de quantas montagens já participou. Foi um dos responsáveis por manter o Festival Santa Cena, mesmo com a deficiência de recursos. Nesta 7ª edição participou de 04 apresentações em 04 companhias/grupos diferentes. Os espetáculos que Douglas paraticipou nesta edição:"Os Saltimbancos” (Cia. Fulanas de Teatro), "Erêndira" (Coletivo Erêndira), "Álbum de Família” (Trupe Pólvora de Teatro) e "O Planeta Lilás” (Cia. Bananas) .
Pauta na Unifra: Douglas, há quanto tempo que tu trabalhas com o teatro?
Douglas: Profissionalmente eu trabalho há onze anos, isso antes da faculdade, sou formado em artes cênicas pela UFSM em 2006. Mas faço teatro desde criança.

Pauta na Unifra: Em quantas peças você já atuou em sua carreira?
Douglas: Muitas, até perdi as contas, mas acredito que seja mais de trinta já.

Pauta na Unifra: Nesta edição do Santa Cena, você participou de quatro espetáculos de quatro grupos distintos. Foram peças com temas diferentes. Como foi a preparação para esta maratona?
Douglas: Foi bem cansativo, mas a preparação já vem de antes, já que com os espetáculos infantis este mês, serve como um ensaio. Foi um mês com muitas apresentações.

Pauta na Unifra: Você está em algum projeto novo?
Douglas: Este fim de semana (24 e 25 de outubro) vamos nos apresentar no Festival de Osório. O espetáculo Erêndira na sexta à noite e Álbum de Família no sábado. Até o fim do ano tem muitas apresentações agendadas. Saltimbancos e Planeta Lilás, por serem infantis têm várias apresentações em escolas até o fim do ano.

Pauta na Unifra: Você tem preferência por algum tema na escolha dos seus papéis ou tu achas que o ator tem que estar preparado para qualquer personagem?
Douglas: Depende do ator, mas eu gosto de trabalhar com tudo. Eu gosto é de atuar, tanto que trabalho com comédia, drama, teatro infantil e técnicas circenses.

Pauta na Unifra: Você tem alguma outra profissão ou sua renda vem só do teatro?
Douglas: É muito difícil. Eu trabalho só como ator. Eu sobrevivo e me sustento só com a renda de teatro, se é que podemos chamar de renda (risos). Sou formado desde 2006 e há quase três anos me sustento só com o teatro.

Pauta na Unifra: Tu continuas se especializando, estudando?
Douglas: Não se pode parar nunca. Não é só formar-se na graduação e pronto. Estou no início e o ator não pode parar nunca, tem que estar sempre em busca e se preparando para novos desafios.

Pauta na Unifra: Qual a tua avaliação do Santa Cena este ano?
Douglas: Insisto no que foi dito hoje no encerramento do Santa Cena e é sobre a falta de incentivo. Este ano apresentamos o Festival de graça, pois não houve a captação da Lei de Incentivo a Cultura. Como não teve a captação, não tinha como pagar os atores, porque não tinha esta verba. Patrocínio é muito difícil. Santa Maria tem o título de Cidade Cultura só pela referência de que tem uma universidade federal, mas não é por ai. Se é Cidade Cultura, vamos investir na cultura. Que se pense mais nisso.


Por Leandro Passos Rodrigues

sábado, 25 de outubro de 2008

Fim do espetáculo


Encerraram na última quarta-feira as apresentações teatrais da 7º edição do Santa Cena – Festival de Mostra Universitária de Peças Teatrais de Santa Maria. O evento que teve início no dia 18 de outubro no Teatro Treze de Maio permitiu o acesso de todos os tipos de público, com entrada franca para as apresentações.
Durante os cinco dias de atrações, o Treze abriu espaço para vários grupos teatrais da cidade. O público pôde deliciar-se com os mais diversos gêneros teatrais, desde o monólogo até trupes inteiras dividindo um mesmo palco.
Em sua última noite o evento dedicou a abertura do espetáculo para homenagear os 11 grupos participantes, com brindes e um videoclipe com várias fotos das apresentações. O secretário de município e cultura José Zanela esteve presente e fez parte das homenagens, garantiu também que as próximas edições do Santa Cena não enfrentarão dificuldades.
Este ano o Santa Cena foi marcado por contratempos, que acabaram por ocasionar uma diversificação, de dez dias de espetáculo apenas cinco puderam ser apresentados. Apesar das dificuldades o teatro municipal foi marcado por casa cheia durante todos os dias de apresentações.

Participaram do 5º Santa Cena os seguintes grupos:

*Grupo Teatral Uniart

*Teatro Universitário Independente

*Saca rolhas Teatro CIA.

*Grupo Presença

*CIA Fulanas de Teatro

*Coletivo Erêndira

*Grupo de Teatro da FUNDAE

*Trupe Pólvora de Teatro

*Royale CIA de Dança

*CIA Bananas

*Grupo Camaleão e Pesquisa em Teatro

Por Larissa Sarturi.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O que o jovem vê?

Santa Maria é reconhecida pelo significativo número de instituições de ensino superior. Por conseqüência, sua população vem a ser composta principalmente por jovens, o que faz com que o consumo e a produção cultural na cidade sejam bastante acentuados.

O cinema, como uma das mídias mais difundidas, sempre desempenhou papel importante para que o município recebesse o título de cidade-cultura. Inclusive, desde 2002, é realizado o Santa Maria Vídeo e Cinema, considerado por muitos profissionais da área o segundo maior evento cinematográfico do Rio Grande do Sul. Apesar de possuir poucas salas de projeção (duas), não são poucos os admiradores da sétima arte.

Para o estudante e cinéfilo Jonas Alves, faltam opções na cidade. “O cinema só passa blockbusters (produções dos grandes estúdios de Hollywood), gostaria de ver outros tipos de produção como as nacionais”, afirma. Jonas ainda ressalta a importância dos cineclubes como forma de divulgação cinematográfica. “Tanto as salas de cinema quanto a TV aberta não exibem grandes clássicos. Busco, então, nos cineclubes os filmes que mais aprecio”.

Outra alternativa para o público que aprecia cinema são as diversas vídeo-locadoras que existem na cidade. “Grande parte de nossos clientes é formada por jovens, sobretudo universitários”, explica Gustavo Vazquez, proprietário da locadora Mundo Cinema. Segundo Gustavo, os filmes mais procurados são, em sua maioria, dramas e clássicos de grandes diretores, como Almodóvar e Stanley Kubrick. “Isso mostra o perfil do pessoal que aluga aqui. Mesmo sendo jovens, já demonstram um nível de cultura acima da média”, conclui.



Leandro Ineu, Giuliano Olivar

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

... E agora, o que o jovem lê?


Na segunda edição dos “Retratos da Leitura no Brasil”, pesquisa feita pelo Ibope Inteligência para o Instituto Pró-Livro, trás uma boa noticia. Aumentou o percentual de leitura dos brasileiros com mais de 15 anos e pelo menos três anos de escolaridade. Em sete anos o número per capita anual de leitura foi de 1,8 livros para 3,7 livros.
Em Santa Maria, o blog Pauta na Unifra perguntou a alguns jovens sobre seu hábito de leitura. Maria Paula Fraga, estudante, 15 anos disse que lê muito e prefere literatura estrangeira. “Tento ler mais livros da literatura brasileira, para o Vestibular, mas acho a linguagem muito complicada”, completa a jovem.
Outros jovens, procuram ler mais em suas áreas de atuação. É o caso de Stênio Augusto Cuña Coelho, estudante do curso de direito, 18 anos. “Tenho que ficar restrito aos livros jurídico, mas sempre sobra um tempo para a literatura brasileira. Gosto muito dos livros de Nelson Rodrigues.”
Enquanto alguns lêem por obrigação, outros por prazer, vale a pena seguir refletir sobre a frase que Paulo Francis disse uma vez: “Quem não lê, não pensa, e quem não pensa será sempre um servo.”


Por Bernardo Prates e Larissa Sarturi

Eeeeu teeeeeenhoooo aaas cooompras!!!!

Publicitários e bancos estão de olho na mesada dos adolescentes
Pais e filhos, quando vão discutir dinheiro, acabam diante de um dilema. O que é melhor: estabelecer uma mesada fixa ou soltar o dinheiro aos poucos, conforme a necessidade? Esse segundo estilo, que vem crescendo nos dias de hoje, é apelidado de "mesada pinga-pinga". Ambos os sistemas têm vantagens e desvantagens. Segundo os especialistas, a principal virtude da mesada fixa é que ela ensina o adolescente a lidar com as próprias finanças desde cedo. Ela serve como um ensaio para a vida adulta, porque o jovem entende o valor do dinheiro e aprende a administrá-lo. Já a mesada pinga-pinga, por outro lado, estimularia no adolescente a iniciativa e a capacidade de argumentar como forma de obter o que quer.
Independente do estilo, é ponto pacífico que os jovens brasileiros de classe média nunca tiveram tanto dinheiro na mão. E eles consomem mesmo. Principalmente roupas. Pesquisa da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) mostra que eles estão mais preocupados com a estampa que em se divertir. Mesmo os mais pobres gastam muito mais comprando roupas para sair à noite do que na noite em si. Outro dado é que cada vez mais os adolescentes dão palpites nos produtos comuns da casa, principalmente na área tecnológica. "Há dez ou vinte anos, o publicitário visava à dona-de-casa", lembra Daniel Barbará, diretor da agência DPZ. "Hoje, ele deixou de se preocupar tanto com a mãe e se concentrou de uma vez no filho. É ele quem apita nas marcas da maior parte dos eletroeletrônicos."
De olho nessa nova demanda, cada vez mais instituições financeiras oferecem produtos específicos aos adolescentes. O Banco do Brasil lançou o programa BBTeen, um esforço para aumentar o número de contas bancárias tendo como titulares jovens de 12 a 19 anos. Foi um sucesso. Em 1997, ano do lançamento do programa, o banco tinha 37.000 correntistas nessa faixa etária. Hoje, o número está em 230.000. A Visa lançou os cartões de mesada pré-pagos. O pai deposita um valor e o adolescente vai gastando. Através de uma linha telefônica, o pai pode acompanhar o ritmo dos gastos. "Esse cartão tenta agregar a idéia de um treinamento para o jovem lidar com seu dinheiro", explica Fernando Castejon, vice-presidente de produtos da Visa no Brasil. Os jovens gostam de consumir e sabem o que querem em termos de marcas e produtos. Nada há de errado nisso. Os pais, no entanto, ganharam um problema extra. Além de conversar sobre sexo, namoro, drogas e escola, cada vez mais terão de falar com os filhos sobre dinheiro.
Percebendo essa demanda, a consultora econômica Cássia D'Aquino criou e coordena um programa de educação financeira em várias escolas espalhadas pelo Brasil. A disciplina inclui diversas atividades, desde conversas descontraídas durante o recreio até exercícios mais formais em sala de aula. "Os alunos aprendem a estabelecer metas financeiras e a pensar numa estratégia para atingi-las", diz Cássia. Para ela, a partir dos 3 anos a criança já deve ter contato com dinheiro e, principalmente, aprender a ouvir "não". "Quem cresce acreditando que se pode comprar tudo, sem limites, com certeza vai ter problemas financeiros quando adulto", avisa.
Henrison Dressler

O domínio dos adolescentes sobre o mercado?

O jovem brasileiro está gastando demais. Uma pesquisa realizada no Brasil pelo Instituto Akatu com base em estudo da Unesco (Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) mostra que sete de cada dez jovens são consumistas. Santa Maria está dentro desse padrão: as meninas gostam de comprar roupas, bijuterias e calçados. Já os meninos gastam em bares, eletroeletrônicos e tênis.
Seriam umas "maquininhas" de consumo? Sim. Estão mostrando que possuem mesmo uma afinidade com as compras. São os que mais vão à falência antes do final do mês gastando todo o salário ou mesada e animando o bolso dos vários setores da economia.
Para o especialista em economia José Antônio Silveira, esta é uma realidade do mundo atual, os jovens gastam cada vez mais, até o que não podem. "O perigo é que isso (gastos demais) vire uma tendência. Aí os jovens serão adultos endividados". Ele também fala que no passado era diferente, os jovens eram mais conscientes e a sociedade também vivia um mundo distinto. Mas há dois tipos de consumo que devem ser levados em consideração: um por utilidade, ligado à função do produto e a forma que ele pode facilitar o dia-a-dia, e o consumo de valores simbólicos, relacionado ao status que o produto pode causar em um certo grupo de amigos, por exemplo. Na Na maioria dos casos é este segundo item que possui valor para os jovens.
A estudante Roberta Brocardo, 22, assume que o impulso é maior que a razão. “Toda vez que tenho uma briga em casa com meus pais ou meu irmão, o shopping é o primeiro lugar que penso em ir para descontrair e relaxar”, conclui a jovem.


Por Ana Gabriela Vaz , Juliane Furquim e Verônica Barbosa